Irmãos: Uma família, grande diversidade


Esta semana ouvi esta frase “Não há duas crianças com a mesma educação.” dita pelo Doutor Gabor Maté.

Assim de repente leva-nos a pensar…

Como é que isto é possível?

Sendo os pais os mesmos seria de esperar que dessem a mesma educação a todos os seus filhos.

 

No entanto, isso não acontece. Na verdade a posição que a criança ocupa na família (filho mais velho, do meio ou mais novo) tem um grande impacto na sua educação, pois a própria postura dos pais, fruto da experiência adquirida com o nascimento de cada filho, vai sendo moldada. Pode parecer estranho, mas vale a pena parar e refletir.

O filho mais velho é o primeiro. Os pais, ainda inexperientes, exploram a primeira experiência da parentalidade com alguma ansiedade e até perfecionismo. O filho primogénito é o único a ter os pais exclusivamente para si, logo é aquele filho que tendencialmente sentirá mais a chegada de um irmão.

Com a chegada do filho do meio, os pais já têm alguma experiência como pais, mas enfrentam agora o desafio de aprender a repartir a sua atenção pelos dois filhos. Há rotinas que são abandonadas, outras que passam a fazer sentido e outras que acabam por ser aprimoradas. O filho do meio é aquele que conforme a situação faz parte do grupo dos mais velhos ou dos mais novos. É aquele filho que tem que lidar com a “autoridade” do irmão mais velho e com a “fofura” do irmão mais novo.

O filho mais novo é visto como o bebé da família. É frequente ter quem lhe faça as coisas e aproveita a sua posição na família para conseguir o que quer. A experiência dos pais nesta fase já é considerável, logo a sua postura é também diferente das que tiveram com o primeiro filho e com o do meio.

É importante ter em consideração que não é só a experiência adquirida à medida que os filhos chegam que conta para a postura que os pais têm com os filhos. A fase da vida, a qualidade da relação do casal e as experiências vividas são só alguns exemplos de fatores que influenciam, e muito, o modo com os pais colocam em prática a sua parentalidade.

 

Assim, voltando à frase “Não há duas crianças com a mesma educação.”, conseguimos compreender que na realidade o ambiente, o conhecimento dos pais, a sua experiência e a família em si não são os mesmos para todos os filhos.

Para além disso, temos que contar com a personalidade muito própria de cada criança, que faz com que a resposta dos pais seja também diferente.

 

Os irmãos são mesmo assim, todos diferentes.

Que riqueza temos em cada família!

Uma família, grande diversidade!

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