Será que sou capaz?


        Recentemente, uma mãe contava-me as dificuldades que sentia no dia a dia em orientar os filhos. Conversamos durante um bom bocado e concluímos que a questão estava na insegurança que a mãe sentia na sua forma de "ser mãe". Tinha receio de errar, de educar mal e isso transparecia-se na relação com os filhos e refletia-se na sua forma de estar.


        Na verdade, existem várias formas de demonstrarmos a nossa insegurança e muitas delas até passam (relativamente) despercebidas. O importante é que nos apercebamos, aprendamos a lidar com ela e, por fim ganhemos confiança nas nossas capacidades enquanto mãe e educadora.

         Algumas formas de demonstrar insegurança são:

  • Hesitar no momento de Tomar Decisões: Que podem ser decisões simples como escolher o que servir ao jantar, até questões importantes relacionadas com a educação dos filhos.
  • Autocrítica e Comparações: Criticar ou comparar a forma de fazer algo com a de outras mães pode transmitir a sensação de que não se é suficientemente boa para a função, neste caso ser mãe. Expressões como “Não sou uma boa mãe.” ou “Olha como os filhos da Maria são educados.” são indicadores claros de insegurança.
  • Reatividade Emocional: Ser excessivamente reativa em situações do dia a dia, transmite aos filhos mensagens confusas, que, por sua vez, podem sentir que as suas próprias emoções são instáveis.
  • Controlo Excessivo: O desejo de controlar todos os aspectos da vida dos filhos pode ser uma expressão de insegurança. Este controlo exagerado pode incluir uma supervisão constante das atividades, amizades e conversas, onde se teme que algo mau possa acontecer.
  • Dificuldade em Resolver Conflitos: Evitar ou não sentir confiança para resolver conflitos, seja com os filhos ou com outras pessoas, pode ser sinal de falta de competências sociais e emocionais.


        A boa notícia é que a insegurança pode ser reconhecida e trabalhada. Aqui estão algumas estratégias para ajudar as mães a superar as suas inseguranças:

  • Reflexão: Reservar um tempo para refletir sobre os nossos sentimentos, reconhecendo onde e quando nos sentimos inseguras. Escrever um diário pode ser uma ferramenta poderosa nesse processo.
  • Procurar Apoio: Conversar com outras mães, amigos ou um profissional pode ajudar a dar perspectiva e apoio emocional. Grupos de apoio e mentoring são ótimas opções.
  • Definir Expectativas Realistas: É importante entender que não existe uma "mãe perfeita". Ajustar as expectativas e aceitar que erros fazem parte do processo pode aliviar a pressão.
  • Desenvolver Competências Sociais e Emocionais: Participar de workshops, cursos ou terapia pode fortalecer a autoconfiança, permite que nos tornemos um modelo de força emocional para nossos filhos.


        A insegurança da mãe é um aspecto natural da experiência materna, mas é fundamental reconhecer e lidar com isso de forma construtiva. As mães que se tornam conscientes das suas inseguranças e dificuldades e que procuram superá-las não só se tornam mais confiantes, como criam um ambiente mais saudável e seguro para o desenvolvimento emocional e social dos seus filhos. Com amor, paciência e o compromisso de melhoria contínua, é possível transformar as inseguranças em oportunidades de crescimento e conexão.

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