Vem aí outra birra…Nããããooooo!
Cá em casa, os
últimos dias não têm sido fáceis. A minha princesa (de 4 anos e meio), que
sempre foi uma criança relativamente tranquila, “decidiu” soltar o birrinhas
que tem dentro dela.
Confesso que
no início fiquei sem saber o que fazer!
Como é que é
possível mudar de comportamento de forma tão repentina?
O que provocou
estas alterações?
Foi esta a
educação que lhe demos?
Mas…o que é
que se passa???
Na verdade é muito simples! As birras são, nada mais nada menos, do que
a resposta a um dado acontecimento.
Ok! Mas como é
que eu resolvo esta situação?
Digamos que
podemos seguir alguns passos!
Ponto número
um…e provavelmente um dos mais importantes: respirar fundo!!! Não vale a pena
gritar, esbracejar, ralhar,….na verdade só vai piorar a situação. Se estiver
tranquilo quando abordar o seu filho terá maior probabilidade que ele o escute,
pois irá transmitir tranquilidade (e não a agitação dos berros!).
Ponto número
dois…procure descobrir o motivo da birra. É importante identificar se se trata
de uma birra por frustração ou por capricho. Mas então qual é a diferença???
No primeiro
caso, a criança faz uma birra, pois não consegue, por exemplo, realizar
determinada ação, como pintar dentro das linhas ou por o sapato no boneco. Isto
acontece pois ocorre a ativação das áreas primitivas do cérebro, que por sua
vez provoca medo ou angústia. Por outras palavras, estas birras são comandadas
pelas emoções, provocadas pela insegurança da criança. Quando nascemos as áreas
primitivas do cérebro, responsáveis pelas funções mais básicas, são as que
estão mais desenvolvidas. Com o crescimento e conforme os estímulos que vamos
recebendo, acabamos por desenvolver as outras regiões. Como é o caso do córtex
pré-frontal, que se encontra na zona da testa e é responsável pelo pensamento
analítico e pela racionalização das emoções. Assim, quando nos deparamos com
este tipo de birras devemos ajudar a criança criar pontes entre a “central das
emoções” (áreas primitivas do cérebro) e o “departamento da razão” (córtex
pré-frontal).
Então, o
melhor é mesmo procurar acalmar a criança (daí a importância de também nós
estarmos calmos; pois tranquilidade gera tranquilidade). Depois procure falar sobre
o sucedido, ou seja refletir. Ajude a criança a descobrir porque motivo ficou
tão irritada. Fale-lhe sobre o comportamento que teve e o que poderia ter tido.
Ajude-a saber como reagir na próxima vez e certifique-se que a criança
compreendeu a mensagem. Quando surgir uma situação deste género, ajude a
criança a adequar o seu comportamento. Para que todo este processo funcione, é
importante falarmos com os nossos filhos sobre os sentimentos que provocam
estas situações. Afinal de contas, quando compreendemos os nossos sentimentos,
mais eficazmente saberemos como lidar com eles.
No segundo
caso, dizemos que é uma birra por capricho, pois assim que a criança obtém
aquilo que pretende a birra desaparece. Estas birras são geradas no córtex,
logo é a parte racional que “está no comando”. Nestas alturas, é importante não
ceder aos caprichos e explicar por que motivo se opta por determinada decisão
(livro “Crianças Felizes” de Magda Gomes Dias).
As birras cá
de casa não são sempre iguais…nem sempre do mesmo tipo. Mas conjugando amor,
carinho, compreensão (e muita paciência), acredito que chegaremos a bom porto.
Até para a
semana!
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