O perdão também faz parte da educação


Vivemos numa sociedade onde a ideia de perfeição está estampada em todo o lado. Corpos perfeitos, sorrisos perfeitos cabelos perfeitos…

Mas quão real é esta ideia de perfeição?

Somos humanos!
E como diz o ditado “Errar é humano!”

Na realidade o que nós ambicionamos é a perfeição e para isso temos que trabalhar diariamente para conseguir o nosso melhor.

No que toca a parentalidade é semelhante.
Devemos dar diariamente o nosso melhor para conseguirmos ser os pais que queremos para os nossos filhos.
Para isso, é importante não só estar realmente presentes quando estamos com eles, como ter a consciência do que fazemos. Só assim, conseguiremos compreender o que fazemos bem e o que podemos melhorar.

É importante que os miúdos percebam que os pais também erram. Sei que há quem prefira não mostrar este lado mais frágil, com receio de perder a autoridade. Mas, na verdade, quando os pais erram, pedem desculpa (se for caso para isso) e corrigem o erro, estão a mostrar aos filhos que errar faz parte do processo de aprendizagem e que é algo natural e fundamental para que a aprendizagem realmente ocorra.

Quando fazemos ou dizemos algo aos miúdos que não devemos, não devemos ter receio de pedir desculpa. Na verdade é uma excelente oportunidade de lhes mostramos que estamos conscientes da nossa falta, que estamos arrependidos e que pretendemos melhorar. Por outro lado, o ato de pedir perdão aproxima as pessoas e ajuda a estreitar o vínculo com os nossos filhos (Vínculo - Como é a tua relação com osteus filhos?).
Por fim, quando pedimos perdão estamos a dar o exemplo e como já falámos anteriormente (Olhapara o que eu digo...olha para o que eu faço), nós, pais e educadores, somos os maiores exemplos que os nossos filhos têm, para o bom e para o mau. Logo, se queremos que os nossos filhos saibam pedir desculpa teremos de lhes mostrar quando e como se faz.
Referi o quando, pois muitas vezes, se as crianças são mais inseguras acabam por pedir desculpa por tudo e por nada…e não é isso que se pretende. É importante que tenham noção das suas ações e que compreendam que muitas vezes acontecem coisas cuja culpa não é de ninguém. Logo, não é necessário pedir desculpa!
Em relação ao como, considero que é importante que aconteçam três passos antes do pedido de desculpas:
· Consciência do que se fez,
· Arrependimento,
· Vontade de ficar bem com aquele sobre quem caiu a ação.

No pedido de desculpas propriamente dito, depende da criança. Pode bastar um “Desculpa!”, ou então este vem acompanhado por um beijinho ou um abraço. Isto dependerá da relação que a criança tem com a outra pessoa e se é ou não uma criança dada a manifestações carinhosas.

Relembro apenas que não vale a pena forçar os abraços e os beijinhos. Quando insistimos muito neste pontos e a criança não gosta deste tipo de manifestações, poderemos estar a fazer com que esta se feche e evite, ou não peça de todo, desculpa pelos seus erros. Assim, estaremos a afastá-la e não a aproximá-la de nós.

Como a perfeição não existe, fazemos frequentemente coisas que preferíamos não ter feito, logo é importante aprendermos a ser humildes e ensinar os nossos filhos a sê-lo. Para isso, temos apenas que olhar para os acontecimentos e procurar vê-los como eles realmente são, sem procurar aumentá-los ou diminuí-los. E ensinar os miúdos a fazer o mesmo!

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