Conflitos



O ser humano tem uma tendência natural para se afastar de tudo o que é ameaça.
Acontece que o nosso cérebro está “programado” para nos manter a salvo. E os conflitos não são exceção.

Muito provavelmente, por este motivo, procuramos manter-nos afastados dos conflitos e acabamos por transmitir esta ideia aos nossos filhos.

Mas será que os conflitos são assim são maus?
Será que ao estarmos a afastar as crianças dos conflitos, os estamos realmente a proteger?

Antes de mais, há conflitos e conflitos.
Sou da opinião que devemos intervir em situações em que as crianças se agridem física ou verbalmente.
No entanto, muitas vezes os conflitos não passam de mal entendidos e a nossa intervenção acaba por impedir que as crianças aprendam a lidar com a situação e com os seus sentimentos. Ao mesmo tempo, o facto de muitas vezes os adultos tomarem partido de uma das crianças, acaba por dar a entender que existem favoritismos. E esta ideia torna-se cada vez mais fundamentada, se se forem acumulando situações em que o adulto defende sucessivamente a mesma criança.

Os conflitos fazem parte do dia-a-dia de adultos e crianças e se impedirmos os miúdos de aprender a lidar com eles, estaremos a formar futuros adultos que não saberão lidar com as contrariedades da vida.

Assim, é importante começarmos por ajudar as crianças a identificar os sentimentos que surgem nos momentos de conflito. É igualmente importante que as crianças compreendam que tipo de situações despoletam esses sentimentos. Por fim, é fundamental que compreendam que não há mal nenhum em sentir determinado sentimento, o problema pode surgir com a ação que decidem pôr em prática na presença desse sentimento.
Quando a criança tem a capacidade de identificar os sentimentos e do seu impacto em si própria, torna-se mais fácil recorrer ao diálogo para resolver o problema que os despoletou.
Falar sobre o conflito ajudar a processar o que realmente se passou, a ver os diferentes pontos de vista e a encontrar uma solução.
Quando ensinamos os miúdos a lidar com os conflitos, estamos a dar-lhes ferramentas fundamentais para a sua vida adulta., estamos a dar-lhes a oportunidade de desenvolverem as suas capacidades em áreas como comunicação, gestão de emoções, liderança, empatia.

Vendo os conflitos deste prisma não parecem assim tão maus!!!
Vamos ajudar os nossos miúdos a aprender a lidar com os conflitos?
Não te esqueças que somos o seu maior exemplo. Por isso não basta ensinar…é preciso mostrar como se faz!

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