Bagagem sem rótulos, nem crenças limitantes
Educar é um desafio
que não deve ser levado de ânimo leve.
Se numas alturas
tudo parece fácil…logo surgem situações que requerem um “bocadinho” de mais
estratégia. As crianças não são perfeitas…e nós também não!
Enquanto pais
queremos o melhor para os nossos filhos, que cresçam saudáveis, que tenham
rendimento escolar, que se tornem pessoas íntegras, justas, honestas… enfim,
que levem consigo um sem número de adjetivos bonitinhos, que nos encham de
orgulho.
Acontece que muita
da bagagem que os nossos filhos levam para a sua vida adulta é-lhes transmitida
por nós, pais e educadores. Assim, é muito importante analisar os rótulos que lhes
colocamos e as crenças limitadoras que lhes incutimos.
Relativamente aos
rótulos, é importante ter cuidado. As crianças (principalmente as mais novas) acreditam
naquilo que os pais dizem e se os pais disserem que elas são desarrumadas,
feias, barulhentas, etc. então é porque é verdade. E se é verdade, não vale a
pena ter o trabalho de tentar mudar… Em relação a rótulos mais positivos, como
alegre ou até princesa/príncipe, a criança pode ficar com a ideia que não pode
ficar triste ou que sendo parte da “realeza” as coisas aparecerão feitas e que
não precisará de se esforçar para as obter.
Em vez de
rotular, devemos focar a nossa avaliação na ação e não tanto na criança. Por exemplo:
“Depois de brincar,
lembra-te que tens que arrumar o quarto!” em vez de “És um@ desarrumad@, deixas
sempre tudo espalhado!”;
Ou “Empurrar o
teu amigo está errado!” em vez de “Que fei@! Não se empurra os amigos!”;
Ou ainda “Obrigada
por teres partilhado os lápis com os teus irmãos!” em vez de “Que linda! Uma verdadeira
princesa a empresta sempre os lápis!”.
Requer um
bocadinho de prática, pois estamos habituados a avaliar e a rotular tudo o que
nos rodeia, mas é possível adaptarmos e melhorarmos o nosso discurso.
Do mesmo modo,
podemos fazê-lo com as crenças que transmitimos às crianças. Não estou a falar
das fantasias e brincadeiras próprias da idade (como o Pai Natal, o Coelhinho
da Páscoa ou a Fadinha dos Dentes). Refiro-me àquelas ideias que muitas vezes
sem querer, acabamos por passar aos nossos filhos. Por exemplo:
“A nossa
família é uma nódoa a Inglês!”
“Tens o feitiozinho
d@…!”
“As pessoas
desta região são todas…!”
Na verdade, todos
estes exemplos nos deixam presos a uma determinada ideia… o que é muito
limitador. E se há algo que nós queremos que os nossos filhos tenham é a
liberdade de pensamento, imaginação, criatividade, … E que se tornem adultos
felizes!
Já imaginaste
que difícil será para uma criança ter que carregar uma bagagem tão carregada de
rótulos e crenças que lhe limitem todo o seu potencial?
O desafio que
te proponho esta semana é que ajudes os teus filhos a viajarem com uma bagagem
mais leve, para que desenvolvam todo o seu potencial e se possam tornar adultos
verdadeiramente felizes!
Aceitas o desafio?
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