Filho Melancólico
A Margarida era uma criança tranquila e pensativa. A sua mãe, Ana, cedo se percebeu que a filha era uma criança muito sossegada, obediente, que seguia sempre as regras e gostava de manter uma rotina diária. A Margarida era uma criança que nunca causava problemas ou confusões.
No entanto, nem tudo eram flores na vida da Margarida. Por ser uma menina sossegada, muitas vezes era deixada de lado durante as brincadeiras da escola. Em casa, a mãe não se apercebia que a filha precisava de atenção e carinho, mesmo que não pedisse diretamente. A Margarida sofria com a frieza, pois, apesar de não demonstrar, sentia falta das demonstrações de afeto.
A Margarida era, também, perfecionista e metódica em tudo o que fazia. Para além disso, era muito racional, ou seja precisava de analisar e avaliar toda a informação que recebia, o que fazia com que tivesse uma reação lenta às instruções ou repreensões dos pais. Assim, quando a mãe a corrigia ou pedia para ela fazer algo de maneira diferente, a Margarida levava algum tempo para processar e assimilar essas informações. Isso muitas vezes a deixava angustiada, sentindo-se incapaz de agradar aos pais.
A Margarida sentia algumas dificuldades em relacionar-se com as outras crianças. Apesar de ser amável e não se chatear com os outros, preferia brincar sozinha ou com os seus brinquedos, em vez de interagir com as outras crianças.
A Ana sentia-se frustrada, pois não compreendia muito bem a maneira de ser da filha e sentia que muitas vezes não conseguia orientá-la da melhor forma, por isso, decidiu procurar ajuda de uma coach e mentora especializada em educação. Este apoio ajudou-a a compreender que a Margarida era uma criança de temperamento Melancólico, o que significava que era uma criança que gosta de rotinas e regras, que precisa de tempo para pensar (pois focava-se muito no seu mundo interior), que gosta das coisas bem feitas e que por vezes se perde nos seus pensamentos. Como a Ana já tinha identificado as características da filha, tornou-se mais fácil compreender as suas necessidades para poder ajudá-la a desenvolver todo o seu potencial.
A primeira coisa que a Ana percebeu que deveria fazer era garantir que a Margarida recebia a atenção e o carinho necessários, mesmo que a filha não pedisse diretamente. Aprendeu que, sendo uma criança melancólica, a Margarida tinha necessidades emocionais que muitas vezes não eram manifestadas.
Além disso, a Ana passou a valorizar e a reconhecer o perfeccionismo da Margarida, incentivando-a a ser organizada e dedicada nas suas atividades. Ao mesmo tempo, a Ana teve que aprender a orientar a filha de modo que o seu perfecionismo não fosse levado ao exagero e a impedisse de terminar as tarefas. Com ajuda profissional, a Ana estabeleceu metas realistas e construiu uma rotina que atendesse às necessidades da Margarida, respeitando o seu ritmo mais lento de ação e reação.
No que diz respeito às interações sociais, a Ana e a Margarida começaram a participar de atividades em grupo, como aulas de dança. Desta forma, a Margarida teve a oportunidade de se relacionar com outras crianças e aos poucos foi desenvolvendo as suas competências sociais.
Com o tempo, a Margarida começou a sentir-se mais confiante e feliz. A sua família percebeu que educar de acordo com o seu temperamento melancólico era essencial para que ela se desenvolvesse plenamente. Hoje, a Margarida é uma menina que sabe expressar as suas emoções, tem um excelente desempenho escolar e encontrou o equilíbrio entre sua personalidade melancólica e a interação com os outros.
A história da Margarida mostra-nos a importância de educar as crianças de acordo com os seus temperamentos. Cada criança é única e tem as suas próprias necessidades. Ao compreender e respeitar essas características individuais, é possível ajudá-las a desenvolver todo o seu potencial e ter uma infância feliz e saudável.
Gostavas de saber como podes educar melhor o teu filho Melancólico?
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