Cérebro Imaturo
Sabias que o cérebro humano só atinge a sua maturidade aos 25 anos de idade?
Isto significa que até essa altura a zona do cérebro que, de certa forma, comanda é a zona mais emocional, pois a região mais racional ainda está em desenvolvimento. A compreensão deste processo é vital para que possamos exigir dos nossos filhos aquilo que realmente são capazes de "fazer", respeitando o seu desenvolvimento cognitivo.
O cérebro humano passa por um longo processo de desenvolvimento que começa na infância e continua até a idade adulta. O córtex pré-frontal, responsável por funções executivas como planeamento, tomada de decisões, resolução de problemas, foco, controlo de impulsos, desenvolvimento de competências sociais e compreensão de consequências, é uma das últimas áreas a amadurecer. Isso significa que as crianças e os adolescentes são frequentemente incapazes de executar tarefas complexas que requerem capacidade de raciocínio avançado e autocontrolo.
Quando exigimos de nossos filhos comportamentos ou competências que ainda não estão prontos para realizar, estamos a criar um ambiente de frustração e desânimo.
No entanto, não devemos esperar até aos 25 anos para começar a estimular o desenvolvimento das funções executivas. Podemos, diariamente, proporcionar estímulos que contribuam para o desenvolvimento saudável do seu cérebro.
A primeira condição que devemos proporcionar é sono de qualidade em quantidade, ou seja, reunir as condições necessárias para que os nossos filhos durmam diariamente o número de horas que o seu corpo necessita para poder captar a informação que vai reunindo ao longo do dia, selecionar a que vale a pena reter e descartar a que é supérflua.
Para além disso devemos procurar:
- Favorecer o contacto com a natureza - estimula a curiosidade, o movimento e a interação social.
- Praticar atividades artísticas (música, dança, teatro) - desenvolve a criatividade e as capacidades motoras, além de promover a expressão emocional.
- Incentivar a leitura desde cedo, criando momentos de contato com livros - estimula a imaginação e o vocabulário.
- Promover brincadeiras com outras crianças - estimula o convívio e a empatia.
- Incentivar a prática de desporto - ajuda a aprender a lidar com frustração, a trabalhar a perseverança e o foco.
- Promover a escrita e o desenvolvimento da linguagem - ajuda a trabalhar o raciocínio.
Não menos importante, é a criação de um ambiente que transmita à criança a sensação de pertença. Se a criança não se sentir amada, todos os outros estímulos serão menos eficazes.
E por fim, proporcionar momentos de aborrecimento. Talvez este ponto pareça estranho, mas é nos momentos em que o cérebro se sente aborrecido que vai procurar algo com que se entreter. É nestas alturas que a criatividade fica ao rubro e o cérebro dá mais de si.
Como mães e pais, o nosso papel é compreender o desenvolvimento cerebral dos nossos filhos e ajustar as nossas expectativas de acordo com a sua fase de desenvolvimento. Exigir dos nossos filhos o que eles ainda não estão prontos para dar pode gerar stresse, desmotivação e sem dúvida, muitos conflitos.
Devemos proporcionar atividades que promovam o desenvolvimento saudável e respeitem o tempo de maturação do cérebro. Lembremo-nos: a paciência e a compreensão são as chaves para uma educação efetiva.
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