A Armadilha da Mãe Perfeita


Não sou a mãe perfeita.

E, na verdade, nunca vou ser.

Mas já senti o peso de tentar ser… e talvez tu também.

Vivemos numa era onde a educação vem carregada de expectativas irreais. As redes sociais mostram famílias harmoniosas, crianças educadas e mães sempre pacientes e serenas. Parece que há um manual invisível da “mãe perfeita” e que falhar está fora de questão.

Mas a verdade é que essa procura da perfeição tem um custo alto — não só para nós, mas também para os nossos filhos.


O peso da perfeição nas mães

Quando tentamos ser mães perfeitas, colocamos um nível de exigência impossível sobre os nossos ombros. Qualquer erro, qualquer momento de impaciência, qualquer decisão que acabe por não ser a melhor, parece uma falha imperdoável.

Mas educar não é sobre acertar sempre. É sobre aprender, ajustar e crescer — exatamente como queremos que os nossos filhos façam.

Ler, estudar e trabalhar nesta área não me torna uma mãe infalível. Dá-me consciência, dá-me ferramentas e, acima de tudo, dá-me humildade para reconhecer que estou sempre em processo de evolução.

A culpa de não ser perfeita? Essa já larguei. Prefiro usar cada desafio como uma oportunidade para crescer.


O impacto nos filhos: padrões impossíveis de atingir

Se nós, mães, carregamos este peso, como será que os nossos filhos se sentem quando vivem sob a expectativa da perfeição?

Quando exigimos de nós um nível inatingível, sem margem para falhas, estamos, sem querer, a ensinar-lhes o mesmo. Crescem a acreditar que devem acertar sempre, que o erro não é permitido, que o amor e a aceitação dependem do desempenho.

E esse peso reflete-se na autoestima:

  • Medo de errar: Crianças que evitam desafios porque não querem falhar.
  • Autocrítica excessiva: Filhos que se cobram demasiado por cada pequeno erro.
  • Baixa tolerância à frustração: Dificuldade em lidar com momentos em que as coisas não correm como esperado.

É importante que façamos esta reflexão: a verdadeira segurança emocional da criança vem da aceitação do seu ser autêntico. Se a mãe exige demasiado de si, passa a mensagem de que "não basta ser, é preciso ser perfeito". E isso mina a autoconfiança dos filhos.


Educar pelo exemplo

Não sou a mãe perfeita.

E, na verdade, ainda bem que não sou.

Porque ao mostrar aos meus filhos que eu erro, que aprendo, que me esforço e que me supero, dou-lhes um presente valioso: a permissão para serem humanos.

E, no fim, não é isso que realmente importa? Que os nossos filhos cresçam sabendo que são amados pelo que são, e não pelo que fazem?

Então, em vez de perseguirmos a mãe perfeita, que tal sermos mães reais? Com falhas, sim, mas também com autenticidade, crescimento e amor genuíno?

É isso que quero ser.

A minha melhor versão de mãe!

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