Limites: Como fazer com que os teus filhos os respeitem


Quantas vezes já deste uma instrução simples ao teu filho (que ele não executa) e, minutos depois, estás no meio de uma batalha que termina com frustração, birras e culpa?

Aquilo que podia ter levado cinco minutos, acaba por demorar uma hora e desgastar a relação.


A boa notícia é que não tem de ser assim. Com um método simples, é possível definir limites claros, manter a autoridade com tranquilidade e ajudar os teus filhos a colaborarem com mais facilidade.


Este método baseia-se em 3 passos fundamentais:


1. Dar instruções claras

Tudo começa pela forma como comunicas com o teu filho.

Muitas vezes, dizemos o que queremos de forma tão subtil ou ambígua que a criança nem percebe que está a receber uma instrução. Frases como "Daqui a pouco é hora de ir para a cama, está bem?" parecem simpáticas, mas na prática não contêm uma acção clara, um tempo definido ou uma expectativa concreta.

Uma instrução clara deve ser simples, objetiva e adequada à idade da criança. Por exemplo: "Daqui a 10 minutos, é hora de arrumar os brinquedos. Depois vais lavar os dentes e vestir o pijama. Quando o alarme tocar, eu venho ver como estás."

Este tipo de comunicação ajuda a criança a perceber exatamente o que se espera dela, e em que momento.


2. Explicar as escolhas e as consequências

Depois de dar a instrução, é essencial tornar claras as consequências da escolha de cumprir (ou não cumprir) aquilo que foi pedido.

As crianças precisam de perceber que os seus comportamentos têm impacto. Isso não significa recorrer a ameaças ou a punições desproporcionadas, mas sim consequências coerentes, que respeitam a criança e que estão relacionadas com o comportamento.

Voltando ao exemplo dos brinquedos: "Combinámos que, passados os 10 minutos, arrumavas os brinquedos. Se não o fizeres sozinho, teremos que o fazer os dois e, nesse caso, amanhã não haverá brincadeiras antes de ir para a cama. Arrumas sozinho ou arrumamos os dois?"

Dar à criança a possibilidade de escolha (entre opções definidas por ti) permite que se sinta parte do processo e mais disposta a colaborar.


3. Cumprir o que disseste

Este é o passo mais desafiante para muitos pais: manter a palavra.

Não basta explicar bem e dar consequências justas. O verdadeiro impacto acontece quando os pais seguem com o que foi dito.

Se disseste que também arrumavas e que, nesse caso, no dia seguinte não haveria brincadeiras antes de ir para a cama, é fundamental manter essa decisão. Mesmo que dê mais trabalho, mesmo que cause um choro ou uma birra.

Cumprir aquilo que prometes transmite uma mensagem poderosa: os teus limites são sérios e consistentes. Isso dá segurança à criança, mesmo que não o demonstre no momento.


Definir limites não é sobre controlar ou castigar. É sobre ensinar responsabilidade, desenvolver autocontrolo e criar relações baseadas no respeito mútuo.

Quando os limites são comunicados com clareza, acompanhados de escolhas e consequências, e seguidos com consistência, a relação entre pais e filhos transforma-se. Há menos gritos, menos resistência, e mais colaboração e tranquilidade.

Se sentes que estás constantemente a repetir-te, a perder a paciência e a ceder por cansaço, talvez este seja o momento de rever a forma como estás a colocar os limites.

Estes três passos podem ser o ponto de viragem.

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