Os teus filhos só te ouvem quando perdes a paciência?



É fim de dia. A casa está num caos: brinquedos espalhados, o jantar por fazer, discussões entre irmãos a ecoar pela sala. Teresa, já cansada, emocionalmente drenada, pede pela terceira vez que alguém arrume os legos. Nada acontece. Sente o coração a bater mais forte, o peito apertado e, de repente, explode num grito:

Já chega! Quantas vezes tenho de repetir?! Arrumem isso AGORA!

Silêncio. Por uns segundos. Os filhos obedecem a correr — não por respeito, mas por medo. E Ana sente, de novo, aquele misto de culpa e alívio.

Esta cena, tantas vezes repetida nas casas de famílias com crianças pequenas, não é sinal de autoridade. Pelo contrário!


O grito é um pedido de ajuda disfarçado

Quando gritamos, estamos a dizer (sem palavras) que não sabemos o que fazer, que estamos a perder o controlo e que não temos recursos emocionais disponíveis para lidar com aquele momento. Gritar pode até parecer eficaz a curto prazo, mas a longo prazo corrói a relação, fragiliza a autoestima da criança e mina o ambiente familiar.

A criança que cresce com gritos:

  • Aprende a obedecer por medo e não por respeito.

  • Sente que o amor pode vir acompanhado de violência emocional.

  • Interioriza que os conflitos se resolvem a gritar.

  • Desenvolve uma autoimagem frágil e insegura.


Os gritos criam distância, não respeito

Ser autoridade na vida dos filhos é diferente de ser autoritário. Autoridade implica segurança, firmeza, previsibilidade e amor. Gritar, por outro lado, é um sinal de desespero e falta de ferramentas emocionais. Quando gritamos, ensinamos que quem grita mais alto tem razão, e é essa a dinâmica que, sem querer, vamos reforçando.


O impacto silencioso dos gritos

As crianças expostas frequentemente a gritos desenvolvem, muitas vezes, uma elevada sensibilidade emocional, dificuldade em confiar nos outros e em expressar o que sentem. Podem tornar-se adultos ansiosos, submissos ou agressivos, com dificuldade em estabelecer limites e em gerir os próprios sentimentos. A autoestima fica abalada e a confiança no mundo, e nas figuras de referência, é enfraquecida.


Como sair deste ciclo?

O primeiro passo é olhar para dentro. O grito que sai de nós fala mais sobre o nosso estado emocional do que sobre o comportamento da criança. Trabalhar o nosso próprio autocontrolo, regular as nossas emoções e construir alternativas mais eficazes é fundamental para mudarmos a forma como educamos.

Ser firme sem ser agressiva é possível. E é esse o caminho para educar com mais conexão e respeito mútuo.


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