Castigo vs. Consequência
Como é que
reages quando os teus filhos fazem algo que não devem?
Como procuras
fazê-los compreender que o que fizeram é errado?
Como é que
lhes mostras o que deveriam ter feito?
Por vezes os
miúdos fazem asneiras, e para a maioria dos pais, a melhor maneira de os fazer
compreender que “Isso não se faz!” é castigar. Acredito que para muitos seja a
única opção que conhecem, pois foram educados assim e não veio mal ao mundo.
Na verdade,
quando castigamos as crianças estamos a incutir o medo, criamos afastamento,
não damos oportunidade ao diálogo e, com o passar do tempo, as crianças acabam
por ganhar alguma “imunidade” aos castigos, o que faz com que haja uma certa
tendência para tornar os castigos cada vez mais duros.
Voltando um
bocadinho atras!
Qual é o nosso
objetivo enquanto pais e educadores?
De uma forma
muito reduzida passa por fazer com os nossos filhos sejam as melhores pessoas
possível, que desenvolvam ao máximo as suas competências de acordo com as suas
capacidades…ou seja, que se tornem a melhor versão deles próprios!!!
No que diz
respeito às asneiras dos nossos filhos parece-me mais vantajoso
responsabilizá-los sobre as suas ações do que puni-los.
Passo a
explicar.
Quando responsabilizamos
as crianças pelas suas ações, estamos a ajudá-las a compreender que têm em seu
poder a realização (ou não) de determinada ação. Do mesmo modo, as
consequências que daí advêm são os fruto das suas escolhas.
Como
estruturar, então, as consequências de modo a que as crianças sejam
responsabilizadas pelas suas ações e ao mesmo tempo cresçam com o processo?
1. Demonstrar
respeito – O respeito é a base de qualquer relação. Assim, quando falamos
com as crianças, devemos explicar-lhes de forma digna as suas opções e as
consequências das suas ações, de modo que elas compreendam toda a informação.
Por exemplo: “Eu sei que não te apetece comer o resto do jantar, mas cá em casa
só se comem doces depois da refeição. Assim, que terminares de jantar poderás
comer o teu chocolate.”
2. Consequências
relacionadas com a ação das crianças – Quando as consequências não estão
relacionadas com a ação das crianças, passam a ser castigos. Por exemplo: “Se
não arrumares o teu quarto, não comes chocolate.” Como vimos no primeiro
exemplo, ao impedir que a criança coma chocolate se não acabar o jantar,
estamos a responsabilizá-la pela sua ação. A criança tem a opção de comer ou
não. Se escolher jantar, terá como consequência direito ao doce, se não, a
consequência será não comer o doce.
3. As
consequências deverão ser razoáveis – Por outras palavras, é importante que
as consequências esteja em proporção com a ação inicial. Caso isto não aconteça,
poderemos estar a frustrar as crianças de forma excessiva. E não é esse o
objetivo. A utilização das consequências é ajudar as crianças a serem responsáveis
pelas suas ações.
4. As
consequências devem ser reveladas antecipadamente – Para que as crianças
possam ser responsabilizadas por algo devem saber com o que contar, para que
possam definir que comportamento vão ter.
5. Repetição
das consequências – Para termos a certeza que as crianças ouviram e
compreenderam as consequências, é importante que lhes peças para repetirem o
que compreenderam. Assim, para além de confirmares se realmente ouviram e
perceberam o que lhes foi dito, também estás a ajudá-las a interiorizar a nova
informação.
Quando
responsabilizamos as crianças pelas suas ações, estamos a mostrar-lhes que têm
em seu poder decidir que opções tomar, ao mesmo tempo ensinamos-lhes a não
utilizar desculpas como “Mas foi ele que disse para fazer…”, ou “Mas toda a
gente fez…”, pois cada um é responsável pelo seu comportamento. Por fim, ao
substituir os castigos pelas consequências evitamos que haja quebra do vínculo
afetivo, uma vez que o resultado depende de uma opção da criança e não de uma
punição do adulto.
E agora?
Como vais
ajudar os teus filhos a serem responsáveis pelos suas ações?
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