Expectativas

Em conversa com umas amigas falávamos das expectativas que tínhamos em relação aos nossos filhos.

Apercebi-me que quando falávamos em expectativas, falávamos de duas coisas diferentes.

Para umas mães a expectativas voltavam-se para um futuro ainda longínquo. Notava-se claramente que projetavam nos filhos a esperança que conseguissem alcançar feitos que a elas lhes tinham escapado, porque a vida não aconteceu como elas queriam. Neste grupo de mães sentia-se uma frustração pessoal, mas que seria, eventualmente, ultrapassada com o sucesso dos filhos.

Não é raro sonharmos que os nossos filhos vão alcançar coisas que nós não conseguimos, quer ao nível profissional (ser médico, advogado, etc.). quer ao nível pessoal (praticar determinado desporto, atingir/manter uma forma física, etc.).

Mas por vezes esquecemo-nos de um ponto fundamental.

Será que é isso que eles querem?

Será que isto os deixa (ou vai deixar) felizes?

 

Vou deixar o tema em aberto para que possas refletir!😉

 

O outro grupo de mães direcionava as suas expectativas para os desafios do dia a dia. Conheciam bem os seus filhos e acreditavam no potencial de cada um e na sua capacidade de trabalhar e melhorar as suas competências.

Estas mães também tinham expectativas elevadas em relação aos seus filhos, mas as expectativas centravam-se nos próprios filhos e a sua felicidade, e não em si, mães.

 

As expectativas que criamos em relação às competências dos nossos filhos ajudam-nos a desenvolvê-las e a ir mais longe, pois baseiam-se no facto de acreditarmos neles. E quando sentimos que alguém acredita em nós ganhamos uma força extra. Como se alguém nos desse aquele empurrãozinho que estávamos mesmo a precisar. E quando esse empurrãozinho é dado por alguém em quem confiamos (pais, professores, amigos, etc.) então até ganhamos asas.

Este fenómeno foi identificado num estudo realizado por Rosenthal e Jacobson (Expectativas Elevadas), que lhes permitiu definir aquilo a que chamaram efeito pygmalion. O que acontece é que quando colocamos altas expectativas em relação às pessoas, estas tendem a estar à altura ou acabam mesmo por excedê-las.

 

Deixo-te aqui um curto vídeo do Dr Dan Siegel que fala sobre as expectativas e os adolescentes, mas cujo conteúdo se aplica a todas as fases da vida.

 

Afinal, aquilo que esperamos dos outros, muito provavelmente, será aquilo que os outros alcançarão.