Expectativas elevadas
De uma forma
geral, todos queremos que os nossos filhos cheguem o mais longe possível, seja
a nível pessoal, seja a nível profissional.
Queremos que
eles sejam fortes, independentes, seguros de si, responsáveis, que não se
deixem manipular, que saibam lidar com os desafios da vida, …
Enfim,
queremos que tudo lhes corra bem.
Mas uma das
coisas que pode interferir no potencial sucesso de uma criança (e dos adultos
também) é a expectativa que temos dela, ou seja, aquilo que esperamos que ela
consiga alcançar.
Rosenthal e Jacobson
realizaram um estudo que lhes permitiu definir aquilo a que chamaram efeito pygmalion. O efeito pygmalion é um fenómeno em que ao colocarmos altas expectativas em
relação às pessoas, estas tendem a estar à altura ou acabam mesmo por
excedê-las.
Neste estudo feito
numa escola primária, Rosenthal e Jacobson pediram às crianças que realizassem
um teste, no início no ano letivo, para que fosse possível identificar aquelas
que teriam maior probabilidade de alcançar bons resultados ao longo do ano. Identificou-se
um grupo de alunos com maior potencial e verificou-se que ao logo do ano letivo
esses alunos tinham adquirido mais conhecimentos do que os outros.
Mas na realidade,
o que se passou foi bem diferente. Os testes realizados pelas crianças nunca
chegaram a ser avaliados. O grupo de alunos identificado como promissor foi selecionado
ao acaso. Acontece que Rosenthal e Jacobson disseram aos professores que as
crianças selecionadas tinham grande potencial. Assim, os professores acabaram
por reunir todos os seus esforços para que estes alunos chegassem o mais longe
possível. Já com os restantes não foi bem assim. Se estes últimos não tinham
potencial, também não valia a pena dedicar-lhes muito tempo. Seguindo esta
linha de pensamento, quanto uma das crianças com potencial errava, os
professores dava-lhe oportunidades para que conseguisse responder acertadamente
e procuravam assegurar-se que a informação era realmente compreendida, o que
não acontecia com as outras. Para além disso, as crianças promissoras
sentiam-se bem tratadas, ou seja, valorizadas. E quando sentimos que temos
valor, desenvolvemos laços positivos com a pessoa que nos valoriza.
O mesmo
acontece com os nossos filhos.
Quando os
tratamos como crianças capazes e colocamos uma fasquia elevada, tendo em conta
as suas capacidades e demonstrando amor por eles, estamos a demonstrar-lhes que
acreditamos que conseguem enfrentar o desafio.
Se por outro
lado, fazemos tudo por eles e não lhes damos oportunidades de enfrentar as
pequenas dificuldades do dia-a-dia, estamos a limitá-los e ao mesmo tempo a
dar-lhes a entender que não são capazes.
Sendo assim,
como podemos ajudar os nossos filhos a querer ir mais longe?
· Dando o exemplo, mostrando como se faz quando
surge uma dificuldade, sendo fonte de inspiração.
· Ensinando a não desistir e orientando. “Desta
vez fizeste isto e aconteceu aquilo. Para chegares onde queres, o que achas que
podes fazer diferente da próxima vez?”
· Criando oportunidades para o desenvolvimento da
resiliência. A vida traz-nos desafio, mas podemos trabalhar a resiliência com
jogos, quebra-cabeças, etc.
O mais
importante é que independentemente do resultado que a criança tenha, lhe
mostremos que acreditamos nas suas capacidades!
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