Sabes como ajudar os teus filhos a serem mais autónomos sem recorrer a gritos nem chantagens?
Já reparaste que há cada vez mais crianças que a fugir da responsabilidade a todo o custo? Outras têm medo de tomar decisões, mesmo as mais simples. E há as que só avançam quando um adulto diz o que fazer — como se não soubessem, ou não se atrevessem, a dar um passo sozinhas.
E, claro, também há aquelas que simplesmente… desistem antes de tentar.
O que fazer nestas situações?
O mais frequente é pensar que basta dar-lhes um empurrãozinho: lembrar, insistir, dar uma ajudinha, fazer com elas.
E até pode funcionar, mas só enquanto esse empurrãozinho está presente.
Logo que o apoio desaparece, volta tudo ao mesmo: “esquecem-se”, “não sabem”, “não conseguem”.
Isto acontece, porque não basta entregar a responsabilidade, é preciso ensinar a assumi-la!
Etapa 1: Desenvolver a competência
Uma das maiores razões pelas quais as crianças evitam certas tarefas… não é preguiça.
É insegurança.
Muitas vezes não sabem mesmo como fazer — ou não acreditam que conseguem. E quando não confiam nas suas próprias capacidades, adiam, inventam desculpas ou fazem birra. No fim, somos nós a fazer por eles.
Arrumamos a mochila. Pusemos os pratos. Apontamos os trabalhos.
E, sem querer, passamos-lhes uma mensagem perigosa:
“Tu não consegues. Mas eu consigo. Por isso deixa estar, eu trato.”
Mas as crianças querem sentir-se capazes.
Adoram aprender, gostam de se desafiar...se lhes dermos espaço para experimentar.
Por isso, o primeiro passo é permitir que pratiquem. Não uma vez, mas várias, até sentirem: “Eu sei fazer isto.”
Ao desenvolverem a competência estão a aprender estratégias simples, que devem ser ajustadas à idade da criança, e que a ajudam a passar do “Não consigo” ao “Deixa estar, eu trato disso”.
Etapa 2: Ativar a motivação interna
Mesmo quando sabem fazer… nem sempre querem.
E aqui entra a motivação.
Muitos pais ainda acreditam que a motivação vem dos prémios, castigos ou pressão:
“Se fizeres, ganhas isto”; “Se não fizeres, perdes aquilo.”
Mas esse tipo de motivação é frágil. Mal desaparece o prémio, acaba-se o esforço.
A motivação mais forte é a que vem de dentro. Aquela que nasce quando a criança vê os seus próprios progressos.
Quando percebe que, ao tentar, melhora.
Que, ao insistir, aprende.
Que o esforço vale a pena.
É por isso que passam horas a construir torres de LEGO, a treinar truques de skate ou a tentar vencer um nível de jogo: porque sentem-se a evoluir. E isso é viciante.
Etapa 3: Fortalecer a confiança para agir sozinha
Saber fazer e querer fazer… ainda não é tudo.
Falta acreditar que conseguem fazer sozinhos.
Muitas crianças sabem o que fazer — mas, na dúvida, preferem perguntar.
“É assim, mãe?”
“Posso fazer assim, pai?”
“E agora, professora?”
Acostumaram-se a ser guiadas. Esperam sempre confirmação.
E com isso perdem a oportunidade de treinar o julgamento, o raciocínio, a autonomia.
Por isso, é necessário implementar estratégias para ajudar a criança a confiar no seu próprio raciocínio, a decidir por si e a agir com segurança (mesmo quando está sozinha ou quando as coisas não correm como previsto).
Quando atravessamos estas três etapas — com paciência, conhecimento do nosso filho e um plano adaptado à nossa família —, vemos a transformação acontecer.
Vemos um filho que assume responsabilidades sem sermos nós a pedir.
Vemos uma criança que não congela diante de um desafio, mas procura soluções.
Vemos um adolescente que acredita que é capaz — porque já o provou a si mesmo.
No meu Mini-Curso "Crianças Mais autónomas e Felizes" ensino-te como podes ajudar os teus filhos a serem mais Autónomos e deste modo... mais Felizes!
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