Viver uma vida plena


A vida é uma aventura que merece ser vivida, como vais ensinar os teus filhos a fazê-lo?

Não é novidade nenhuma que vivemos numa sociedade de agenda preenchida, com pressa para chagar a todo o lado e “sem tempo” para muitas coisas…às vezes sem tempo para os próprios filhos…

Se vivemos desta forma, como vamos ser capazes de ensinar os nossos filhos a aproveitar a vida?

Para começar temos de ter consciência do modo como gerimos o nosso dia-a-dia. Se olhares com mais atenção para a tua rotina, certamente irás encontrar no teu dia (como eu encontro no meu) momentos que poderiam ser melhor aproveitados. Quer sejam momentos de trabalho, quer sejam momentos de família ou lazer.
Se começares a estipular tempo para as diferentes tarefas (e se nesse tempo estiveres super focado no que estás a fazer), verás que começas a ter tempo para outras coisas. Por exemplo: depois de ires buscar as crianças à escola está verdadeiramente com elas, ouve o que têm para partilhar contigo (as aventuras do dia, o que aprenderam, as brincadeiras com os amigos, etc.). Não deixes que o telemóvel interrompa esse momento. Claro, que podes e deves atender chamadas (se não forem de trabalho), mas não fiques muito tempo ao telemóvel e deixa o Facebook e o Instagram para mais tarde. Afinal, os teus filhos estão à espera que tu também partilhes com eles o teu dia. Eu sei que é preciso dar banhos e fazer o jantar, mas podes aproveitar essas alturas para conversar.

Viver a vida não se resume a deixar passar os dias e ver o que acontece.
Viver a vida passa por, todos os dias, melhorar a pessoa que somos para que possamos dar sempre o melhor de nós. E isto pode ser trabalhado com as crianças desde cedo.

Há várias competências pessoais que podemos ensinar os nossos filhos a desenvolver:
1. Autoestima – Quando ensinamos os nossos filhos a gostarem de si próprios, dando-lhes a conhecer as suas qualidades, estamos a ajudá-los a desenvolver força interior.
2. Autoconfiança – Para os nossos filhos desenvolverem autoconfiança, às vezes só é preciso mostrares que tu acreditas que eles conseguem. Outras vezes, é um bocadinhos mais difícil, mas se começares por trabalhar a autoconfiança em pequenas coisas, mais tarde ou mais cedo os teus filhos sentir-se-ão confiantes para desafios maiores.
3. Coragem – E agora perguntas: Como é que ensinar o meu filho a ser corajoso o vai ajudar a “Viver a vida”? Na minha opinião, ao ensinarmos os nossos filhos a serem corajosos, estamos a dar-lhes ferramentas para o futuro. Quantas vezes os nossos filhos nos mostram atos de coragem (e muitas vezes nem nos apercebemos): quando começam a andar (o medo de cair está lá, mas eles superam-no), quando têm uma apresentação na escola, quando vêm ter contigo contar-te que fizeram uma asneira (é natural que fiquemos tristes com a asneira, mas não deixes de lhe dizer que foi corajoso por te ter contado o sucedido, isso irá ajudar a fortalecer os vossos laços), etc. Como disse Nelson Mandela:

“A coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.”

Podes também incentivar os teus filhos a brincar, brincar, brincar…
Muitas vezes os pais preenchem as agendas dos filhos com mil e uma atividades e o tempo para brincar fica esquecido ou guardado para quando “houver tempo”. Não estou a dizer que não deves inscrever o teus filhos na natação, ou no piano, ou em aulas de inglês, ou noutra atividade qualquer. Mas as brincadeiras livres ajudam a desenvolver a imaginação. E se as brincadeiras forem com outras crianças, para além de fazerem novos amigos estão a aprender a viver em sociedade, a partilhar, a gerir conflitos, a adaptar a brincadeira ao número de participantes e às suas idades.

Na minha opinião, ensinar os nossos filhos a serem gratos pelo que têm e a pedir desculpa, ajuda-os a tornarem-se mais conscientes. E como poderão eles aprender? Pelo exemplo! Quando agradecemos, mostramos a importância que determinada ação/gesto tem para nós. E quando pedimos desculpa, estamos a ensinar aos nossos filhos que também erramos e que queremos emendar esse erro, por outras palavras estamos a demonstrar que os erros não são irreversíveis. Acredito que se as crianças forem gratas e se souberem pedir desculpa serão mais felizes, pois assim verão a vida por uma perspetiva mais otimista, tendo mais “espaço” para arriscar e errar.

Voltando ao tempo que dedicas aos teus filhos.
Aproveita cada mimo, cada história, cada gargalhada. Celebra com eles cada nova conquista: andar de bicicleta, aprender a ler, fazer um puzzle,… em cada um destes momentos estarás a criar memórias que ficarão com eles para sempre. Ao mesmo tempo estarás a mostrar-lhes que a vida pode e deve ser aproveitada em cada segundo!

Porque afinal a vida merece ser vivida e estamos cá para ser felizes!

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