Adolescentes e ecrãs


        Os adolescentes de hoje em dia têm uma relação muito próxima com os ecrãs, sejam eles computadores, tablets, smartphones ou televisões. Estes dispositivos tornaram-se uma parte essencial do seu quotidiano, sendo utilizados para socializar, entreter, estudar e até mesmo trabalhar. No entanto, o seu uso excessivo e descontrolado pode ter consequências negativas para a saúde física, mental, espiritual e social.


        Em termos de saúde física, o uso prolongado dos ecrãs pode levar a problemas como a obesidade, devido à falta de atividade física, e a problemas de visão, devido à exposição constante à luz azul emitida pelos dispositivos. Além disso, a postura inadequada adotada durante o seu uso pode causar dores musculares e problemas de coluna.


        Do ponto de vista da saúde mental, a exposição constante às redes sociais e aos conteúdos online pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios como a ansiedade, a depressão e a dependência tecnológica. As redes sociais tendem a promover uma cultura de comparação, onde as pessoas entram em competição com a vida aparentemente perfeita e feliz dos outros, levando a sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Outro aspecto é o medo de perder informações importantes ou de ficar fora dos acontecimentos atuais, o que pode levar à compulsão por verificar constantemente as redes sociais. A necessidade de se sentir admiração pelos outros, também impele ao constante acesso às redes socias com o objetivo de verificar se alguém fez um comentário ou se deixou um like.

        O uso excessivo dos ecrãs também pode afetar negativamente o sono dos adolescentes, interferindo com o seu ciclo circadiano e provocando insónias e perturbações do sono.


        No que diz respeito à saúde espiritual, o uso descontrolado dos dispositivos eletrónicos pode levar os adolescentes a negligenciarem as suas necessidades emocionais e espirituais, tornando-se mais distantes de si mesmos e dos outros. A constante exposição a conteúdos superficiais e fúteis pode dificultar a sua capacidade de reflexão e de introspeção.


        Por fim, no que diz respeito à saúde social, o uso excessivo dos ecrãs pode afetar as relações dos adolescentes com a família, os amigos e a comunidade em geral. Ao passarem demasiado tempo online, os adolescentes podem sentir-se isolados e desconectados do mundo real, prejudicando as suas relações interpessoais e a sua capacidade de comunicação cara a cara. Na verdade, com o passar do tempo, estes jovens demonstram dificuldade em interpretar a informação da comunicação não verbal.


        Face a estes perigos, é essencial que os pais estejam atentos ao tempo que os seus filhos passam em frente dos ecrãs e que estabeleçam limites claros e saudáveis. Para ajudar os adolescentes a reduzir o tempo em frente aos ecrãs de forma harmoniosa, os pais devem procurar envolvê-los em atividades offline que promovam a interação social, a prática de exercício físico e o desenvolvimento de novas competências.


        Além disso, os pais podem incentivar os adolescentes a estabelecerem rotinas saudáveis em relação ao uso dos ecrãs, como definir horários específicos para o seu uso e criar espaços livres de tecnologia dentro de casa. Também é importante que os pais sirvam de exemplo, limitando o seu próprio tempo em frente aos ecrãs e promovendo o convívio familiar sem a presença de dispositivos eletrónicos.

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