Crenças sobre Limites
A chegada das férias tende a fazer-nos relaxar, o que faz todo o sentido, uma vez que as férias servem precisamente para que abrandemos o ritmo e aproveitemos para recarregar baterias. Por outro lado, as férias trazem consigo algumas alterações às rotinas da família. Muitas vezes implicam locais diferentes, horários diferentes (ou mesmo ausência de horários) e até posturas diferentes em relação à forma como nos relacionamos com os nossos filhos. Na verdade, por esta altura há uma certa tendência a ceder mais às vontades dos filhos, porque afinal "eles estão de férias".
Mas será que a educação também deve ir de férias? Ou devemos aproveitar todas as oportunidades para guiar e orientar os nossos filhos?
Vou partilhar contigo 5 ideias que levam alguns pais a ceder mais às vontades dos filhos e a colocar menos regras e limites (especialmente nas férias).
1. Acreditar que as crianças não devem sentir-se frustradas - Há pais que acreditam que os filhos devem crescer sem sentir esta emoção (tão natural), para que se sintam confiantes e seguros. No entanto, é preciso lembrar que só é possível compreender e saber lidar com as emoções, quando aprendemos a conviver com elas desde cedo. Sem regras e limites, as crianças não aprenderão a gerir emoções como a raiva e a desilusão.
2. Acreditar que os limites não são necessários na educação - Esta crença leva os pais a deixar os filhos ir até onde eles quiserem. Mas o que acontece depois? As crianças não sabem até onde podem ir. Para além disso, as regras e os limites ajudam a delimitar o mundo das crianças, a torná-lo mais pequeno, acolhedor e seguro.
3. Acreditar que os filhos crescem melhor sem os limites impostos pelos pais - Alguns pais acreditam que não se deve estabelecer limites, pois estes vão impedir que as crianças desenvolvam todo o seu potencial. Na verdade, esta ausência faz com que as crianças se sintam mais inseguras (e não o contrário), o que por sua vez leva a que arrisquem menos, experimentem menos e acabem por ser menos autoconfiantes, autónomos e com menor autoestima.
4. Acreditar que não é necessário estabelecer limites claros e seguros porque a vida encarregar-se-á de os apresentar aos filhos - A base da vida em sociedade, da aprendizagem, do desenvolvimento pessoal, do respeito e do desenvolvimento de bons hábitos, começa em casa com limites claros e bem definidos. Saber estar, respeitar, ter cuidados alimentares, de higiene e de segurança são princípios que devem ser transmitidos desde tenra idade pelos pais.
5. Acreditar que os limites e as punições andam sempre de mãos dadas - Esta afirmação está errada! Na verdade é possível educar sem punir. O que não é o mesmo que educar sem consequências. Quando educamos com limites, temos que explicar até onde os nossos filhos podem ir, quais são as consequências, caso esse limites seja ultrapassado, e fazê-las cumprir.
Como vês os limites e as regras são como mapas na vida dos nossos filhos e nós a bússola que os ajuda a percorrer esses mapas.
Tens bem definidos as regras e os limites do vosso lar?
Quais são aqueles limites estruturais da vossa família?
(Se quiseres ler mais sobre este tema vê este artigo Regras e Limites)
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